terça-feira, 24 de abril de 2012

Sobre o Amor- Parte IV



"Contra o amor não existe guarda- chuva", pode-se dizer parafraseando João Cabral de Melo Neto-, mas adverti-los (as) dos inevitáveis perigos e das deliciosas recompensas que estão  à espera dos que, na vida, percorrem, com seus próprios pés e com seus próprios corações, caminhos ou descaminhos semelhantes.
Semelhantes, talvez; idênticos, nunca. Pois cada amor é sempre um amor como nunca houve outro igual!"
















"Fica bem aí

Que essa luz comprida

Ficou tão bonita

Em você daqui!!"

sexta-feira, 20 de abril de 2012




"Cada pedaço de mim sabe o inferno que é ser sol em noites de chuva,

ser cor nos cinzas dos edifícios,

ser luz na escuridão das manhãs.

Cada todo de ti sabe a delícia que é ser flor nas asas do vento,

ser cristal nos olhos das fadas,

ser azul no fundo do mar.

Cada suspiro de nós sabe a angústia que é ser só um na multidão dos dias,

ser muito na pobreza da esquina,

ser ninguém na roda da vida.

Enquanto isso os relógios se vão,

e veem aqueles que sabem o que é apenas ser na ausência do nada!"
(Clarice Lispector)

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Poema de Natal- Vinicius de Moraes


"Por isso precisamos velar, falar baixo, pisar leve, ver a noite dormir em silêncio. Não há muito o que dizer: Uma canção sobre um berço, um verso, talvez de amor, uma prece por quem se vai — Mas que essa hora não esqueça e por ela os nossos corações se deixem, graves e simples. Pois, para isso fomos feitos: Para a esperança no milagre, para a participação da poesia, para ver a face da morte — De repente nunca mais esperaremos...
Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados. Para chorar e fazer chorar. Para enterrar os nossos mortos — Por isso temos braços longos para os adeuses, mãos para colher o que foi dado- Dedos para cavar a terra. Assim será nossa vida: Uma tarde sempre a esquecer, uma estrela a se apagar na treva, um caminho entre dois túmulos ."